quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Então é Natal...seu cu no meu pau!

Nunca gostei de desejar "Feliz Natal".
Nunca fui muito a favor do Natal...mesmo depois de entender o que significa.
Tudo bem, Jesus foi um cara importante, o pessoal gostava dele. Tanto que até hoje a gente comemora o seu nascimento.
Eu não ligo.
É que esse negócio de nostalgia não é comigo.
Não vou dizer que essa história de dar presente é invenção capitalista, porque não é.

...Todo mundo sabe que os Três Reis Mariachis foram guiados pelo sol dos Teletubbies até o menino Jesus (pra quem não sabe, o sol dos Teletubbies tem cara de bebê). Eles já sabiam que tinha nascido um cara importante, porque eles foram numa cigana e ela falou. Então, resolveram viajar, a pé, do México (mariachis né?) até Belém (sim, Jesus nasceu no Pará).
Bom, a história não interessa muito (até porque ninguém lembra). O importante é que os Reis magos levavam cada um um presentinho pro menino Jesus.
Sabe quais eram os presentes? Ouro, incenso e mirra.
Ouro?
Incenso?
MIRRA!?
O que uma criança recém-nascida vai fazer com isso?
Esses reis magos não tinham a menor noção de presente.
O que um bebê faria com ouro? No máximo engolir tudo.
E incenso então? Por acaso Gaspar tava querendo fumar um perto da criança?
E mirra? O que diabos é mirra? Um pó? Uma pedra? Uma marca de brinquedo?
Que tipo de pessoa dá esses presentes pra uma criança nordestina (sim, o Pará ficava no Nordeste na época)?
Esse fato deveria ter sido esquecido pra sempre, e não lembrado a cada ano.

Mas já que comemoramos essa gafe tremenda, pelo menos há um consolo: seus presentes nunca vão ser tão ruins quanto os do menino Jesus.

Feliz qualquer coisa!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Reforma da Gramática

Enquanto não saem a Reforma Agrária, a Reforma Tributária e a Reforma do banheiro aqui de casa, o Brasil (leia-se "nozes") vai se contentando com outra reforma: a da Gramática. (Calma! Não precisa reformar a biblioteca! Ops, tarde demais...)
Bom, todo mundo já sabe sobre as mudanças que vão acontecer na língua...assim como nos dentes e no céu da boca ("purum psh" duplo e sem gelo, por favor)(Sem "gelo" ou sem "gêlo"?). O trema vai sümir, palavras-com-hífen vão ficar semhífen e outras palavras, que não tem hífen, vão ficar com o hífen dessas que ficaram sem o hífen. É claro, tem aquelas que nunca tiveram hífen e vão continuar sem ter, porque elas são feias, gordas, anti-sociais e emo, então elas vão acabar se matando e sumindo do vocabulário pra sempre.
Mas uma mudança realmente interessante é o fim do acento diferencial. Pra quem não sabe, o acento diferencial é aquele que diferencia uma palavra da outra (dã...¬¬). Por exemplo: para (preposição) e pára (verbo "parar"). Reparou no acentinho ali na segunda? Então, ele morreu...(era emo também).
Agora as palavras que antes eram só parecidas passam a ser todas iguais: para, pelos, por, vovo, viu, a, uva, estroboslone, etc....(Se bem que "etc" não tem acento). As músicas do Leoni não vão fazer mais tanto sucesso (se você não entendeu é porque garotos não resistem aos seus mistérios).
O grande problema é as pessoas passarem a confundir certas coisas na hora de escrever.

Uma coisa eu sei: eu nunca mais vou tomar agua de coco.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Síndrome de Dow Jones

Desde criança eu ouço coisas na televisão que sempre me deixaram curioso. Até algum tempo atrás eu ficava intrigado com todas as palavras esquisitas que o pessoal falava quando se referia à economia. Imagina o que uma criança pode interpretar ao ouvir a frase "o pregão fechou em alta". Traumatizante não é? Nem tanto, se a gente pensar que a versão inversa da frase é "a pregona abriu em baixo" (ui!).
Outra coisa sem sentido são as siglas e nomenclaturas usadas nesse meio. NASDAQ, por exemplo. O que diabos significa NASDAQ? Aposto que nem o William Bonner, nem o Jabour, nem o Sidney Sampaio (ou Silvestre?), enfim, nem eles sabem o que essa sigla significa (a propósito, Sidney Silvestre significa). Mas calma, meus amiguinhos! Eu tenho a resposta para essa pegunta que não nos deixa dormir a noite (principalmente quando o vizinho paranóico fica gritando "O QUE É NASDAQ? O QUE É NASDAQ? " às 4h da manhã). NASDAQ significa "Norótica Associação Suicida De Alucinados por Queijo". Sim, queijo. "Queijo" na gíria do gueto de Bagdad significa "dinheiro" (duvida? vai lá perguntar então). Mas na verdade (e por falar em Bagdad) NASDAQ também tem um outro significado. Ela é anagrama para "QSADAN", ou seja, "Quê, Saddam?".
Isso mesmo. Saddam, aquele DJ cachorro do Maçaranduba ex-vivo ex-umado ex-ditador (ex-purum psh)!
Essa expressão surgiu porque, antigamente, antes do surgimento da bolsa de valores, o pequeno Saddam (Bem, Saddam surgiu antes da bolsa e, considerando que a bolsa é bem velha, vocês já imaginam com quantos anos Saddam morreu) tinha um hábito um tanto excêntrico (isso porque ele era rico, se fosse pobre seria surreal e esquisito mesmo): Ele ligava para os presidentes de vários países para brincar de banco imobiliário. Só que ao invés de ruas, ele queria comprar países. O problema é que ele esquecia de explicar que era um jogo, aí os presidentes, sem entenderem nada, sempre perguntavam "Quê, Saddam?". Mais tarde, um cara percebeu que esse lance de comprar e vender coisas pelo telefone era legal, e resolveu fazer isso com pedaços imaginários de empresas, ou seja, ações. E foi aí que surgiu a bolsa de valores e essa expressão QSADAN, que depois virou NASDAQ. Ah! O nome desse cara?
Dow Jones.

sábado, 30 de agosto de 2008

Banheirinho de empregada

O banheiro de empregada é um lugar misterioso. Aliás, o quartinho inteiro da empregada é misterioso. É sempre um lugar cheio de coisas amontoadas, aparelhos de serviço doméstico meio velhos, bibelôs esquecidos da sua tia/mãe/avó/cachorro (?) que não cabem mais em nenhum móvel da casa; livros, discos, sapatos, roupas, animais empalhados, cérebros, enfim, essas coisas que não se usa mais hoje em dia.
Mas o banheirinho da empregada em particular é um lugar, digamos, encafifante.
Primeiro que o banheiro de empregada é sempre visto com um olhar meio discriminador. Ninguém fala "vou no banheiro de empregada!", é sempre "vou no banheiro". E claro, o alvo é sempre o banheiro principal, mais espaçoso, mais arrumado, mais...feng-shui-zado (uia!). Ninguém quer ir nem no lavabo, quem dirá no banheiro da empregada. (Pra quem não sabe, lavabo é aquele banheiro parecido com o da empregada, só que sem os objetos estranhos, as infiltrações e, principalmente, sem aquela sensação de que a qualquer momento você pode ser teletransportado para outra dimensão).
Pois bem. O banheiro da empregada é um portal para outra dimensão. Mas um portal instável. As coisas não ficam simplesmente repousadas naquele ambiente caleidoscópico (Maísa diria: Que bonito!), elas circulam pela fissura no tempo/espaço contínuo.
Funciona mais ou menos assim: tudo que se perde na sua casa vai parar lá. Não importa o que seja. Roupas, brinquedos, bibelôs, revistas, cabelo, marido, etc; vai aparecer no seu banheirinho de empregada. Mas isso não significa que ao entrar nesse elevador cósmico você vai encontrar tudo que perdeu de uma só vez. Nada disso. As coisas aparecem lá de maneira aleatória. Elas transitam no hiper-tempo e suas partículas se estabilizam por apenas alguns segundos. Assim, nós temos que dar a sorte de adentrar essa cabine transconfiguradora no exato momento em que algum dos objetos perdidos esteja se materializando.
O banheiro da empregada é uma invenção Maia e, portanto, tem origens extra-terrestres. O primeiro banheirinho de empregada foi feito no ano de 1012 A.C. (Não, não foi no Acre). O autor da obra foi o arquiteto, engenheiro, pedreiro, pescador, curandeiro, mensageiro e highlander Ojkah Rnie Maia, que significa, no idioma Maia, "Aquele que desenha com fezes e não consegue fazer linhas retas porque é gagá, mas mesmo assim todo mundo acha o máximo".
Recentemente, cientistas comprovaram que passar mais de 5 segundos dentro do banheiro de empregada, quando não teleporta ou desintegra quem quer que faça essa idiotice, provoca reações químicas que transformam a mente e a aparência das pessoas. Um caso muito conhecido deste tipo de acidente é o de Roberta Close. Ela, ou melhor, ele, ou melhor...aquilo... passou tanto tempo mijando na privada do banheirinho, que seu organismo repentinamente começou a produzir progesterona em escala assustadora, fazendo inclusive seu pênis necrosar e cair. Outro episódio aconteceu nos EUA (Estados Urinários da América). Desta vez, um rapaz muito jovem foi exposto a uma imensa quantidade de radiação fecal misturada com poeira cósmica das explosões interestelares. Em segundos sua pela perdeu toda a cor, seu cabelo perdeu a força e ele perdeu a rosca. Desde então, nunca mais foi o mesmo. Seu nome? Michael Jackson. Mas essas transformações causadas pela latrina alienígena às vezes podem ser benéficas. Fernando Pessoa, por exemplo. Todos os seus heterônimos surgiram enquanto ele se aliviava no banheiro de empregada. E eles realmente foram paridos pelo ventre do poeta, mas de uma maneira não muito saudável (para mais detalhes assista ao filme "2 girls 1 cup").

Portanto, cuidado! Não se deixe levar pela mera vontade de satisfazer suas necessidades orgânicas. Resista o quanto puder! Do contrário, sua mente vai se transformar em geléia de mocotó com azeitonas pretas, seus olhos vão girar dentro das órbitas e depois sair pulando pela casa e seu corpo vai virar do avesso. Ou seja, você vai ficar igual à Mallu Magalhães.


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A tocha que o povo gosta!

Opa!
Desculpa a demora pra postar, é que eu estava em Pequim cobrindo nos jogos olímpicos. Sim, cobrindo NOS jogos olímpicos. É que eu era auxiliar de edredom e agasalhos, então eu ajudava os atreta a se esquentarem-se quando tava frio.

Bem, como todos sabem (ou deveriam saber...ou ter uma noçãozinha, vai) as olimpíadas estão chegando ao fim. Esta é a última semana de competições lá na casa do car..., digo, na China. E como em toda edição dos jogos, ocorreram alguns flatos marcantes em Pequim.
Por exemplo, tivemos o homem-peixe, o Aquaman Made in China, o recordista Maiscon Fete (E serpentina! ¬¬...tá, não dá pra fazer muito trocadilho com o nome dele). Oito medalhas de ouro em uma única edição dos jogos olímpicos. Bem mais do que eu ganhei de moedinhas de ouro (de chocolate) na Páscoa (5 apenas).
Outro fato marcante, e na mesma modalidade, foi a primeira medalha de ouro do Brasil. Esse fato em particular me deixou espantado. Eu sempre achei que o Brasil era o melhor na natação. Afinal, o Brasil sempre vai às olímpiadas com grandes expectativas e nada. No judô, nada; na ginástica; nada; no futebol, feminino e masculino, nada. ( _____ ___ - Espaço reservado para "turum tss" alheios).
Já na ginástica, nada de surpresas. A romena ganhou, a Jade chorou e o Diego sentou (não necessariamente nesta ordem). Ah, a Daiane e a outra irmã Hipólito, Danielle, também não se deram bem.
Mas no atletismo, aí sim, tivemos várias novidades (óbvio que nenhuma boa para o Brasil). O jamaicano Unscem Volts, que tava ligadão, bateu os recordes dos 110 e dos 220 rasos. Pô, mas assim também é fácil. Aposto que ele não chega nem a 10 no fundo (ui!).
Os jamaicanos, aliás, há um tempo vêm se destacando na velocidade.
É, acho que não se faz mais maconha como antigamente.
Ah! Também tivemos a estréia de uma nova modalidade: salto sem vara. Fabiana Miller (loira, gelada, mas meio fraquinha) perdeu a sua vara (assim como a Edinanci, mas neste caso foi por opção) e teve que improvisar com uma vara maior. Só que ela não usou direito e se deu mal. Podia ter pedido umas dicas pro Diego Hipólito.
E, por falar nisso, sugiro uma troca entre os atletas (eu disse "troca", e não "troca-troca", Diego): O Diego passa pro jadô feminino e a Edinanci pra ginástica masculina. Assim pelo menos eles perdem com mais dignidade, estando em suas devidas categorias.

Brincadeiras à parte, o que mais chamou atenção nessas olímpiadas, na minha opinião, foram as transmissões da gloriosa Rede de Biscoitos Globo. Para entender melhor, leiam o depoimento do senhor Nicola Garto:

"Eu, enquanto representante da comunidade camaleônica mundial, fiquei muito satisfeito em assistir aos jogos pela Globo. Ela, que também emprega várias espécies da nossa família, foi responsável pela melhor olimpíada da minha vida. Embora não goste muito do Gavião Bueno (o que é comum, já que se trata de um predador natural da minha espécie), fiquei encantado, assim como todos os camalões do mundo, com as telinhas divididas. Realmente é muito emocionante para nós saber que alguém se preocupa com a nossa causa. Afinal, os camaleões sempre foram muito injustiçados. Fica todo mundo achando o máximo que a gente consegue mudar de cor, mas ninguém percebe que nós sofremos com problemas oculares, cacete! Ainda bem que existe essa emissora para nos proporcionar essa alegria. Adorei assistir ao mesmo tempo, sem ter que ligar dois aparelhos de TV, as competições de nado borboleta e peso mosca (boxe), as minhas favoritas. E quanto às pessoas, que ficam reclamando que com a tela dividida não conseguem ver nem uma coisa nem outra, eu digo o seguinte: Haha! Se fode ae!"

Pois é, rapaziada. Tem gente que é cega...e tem gente que é zarolha. (Mais "turum tss" por favor).

Enfim...
Na verdade foi decepcionante ver o Brasil levando vara em todas as modalidades (tirando a Fabiana). Afinal de contas, como o Brasil quer se estabelecer no cenário Sócio-Econômico-Político-Neolítico-Neurótico Mundial, se não consegue nem terminar as olimpíadas a frente de países menores, como Michael Phelps e Usain Bolt? Assim é flórida! (Na verdade Flórida é outro país) (Sim, eu sei que Flórida não é um país, mas se o Michael Phelps pode ser um país, então a Flórida também pode, foda-se).

Bom, com as olimpíadas chegando ao fim, o negócio agora é aproveitar que tá sol e fazer igual à delegação brasileira: pegar um bronze!

Xiao! ("Fui" em Chinês)






sábado, 12 de julho de 2008

Anarriê, alavantú, vai tomar no meio do cu.

O que o cara que inventou o avião tem em comum com o cara que inventou o alto-falante?
Simples: nenhum dos dois imaginava que suas invenções seriam usadas para fins tão cruéis.
O avião, por exemplo, foi criado para revolucionar os meios de transporte. Mas também é usado como arma.
Já o alto-falante deve ter sido criado pra, sei lá, avisar os hebreus que o mar vermelho já estava aberto, ou então pra ajudar na caça, atraindo os animais para fora da toca. Ah, não sei porque essa porra foi criada, mas deve ter sido por uma causa nobre.
No entanto, esse aparato do inferno é usado também por infelizes animadores de festa, como a que está acontecendo neste momento aqui nas redondezas e que já acontecia há uma hora e pouco atrás, tanto que me despertou do meu sono, interrompendo um sonho maravilhoso que eu estava tendo com a Jessica Alba. Ela era garçonete e...ah, foda-se isso. Eu falava do maldito alto-falante e dos malditos animadores de festa.
Deus, do alto (mas não do falante) de sua sabedoria, criou o homem. Mas o alto-falante, ah isso só pode ter sido coisa do demônio. Acho que ele criou essa maldita...sei lá como chamar esta merda! Não é máquina, não é móvel, não sei que porra que é! Mas enfim... Como eu ia dizendo, o Diabo deve ter criado essa traquitana infernal para hipnotizar as pessoas e transformá-las em escravos, dando a eles a terrível alcunha de animadores de festa.
Não existe ser no mundo capaz de operar um alto-falante como o animador de festa. Ele consegue potencializar a inconveniência deste perverso aparelho de maneira inimaginável, usando várias técnicas, todas igualmente desprezíveis. A mais clássica consiste no seguinte: o desagradável indivíduozinho escolhe as músicas mais repugnantes, mais chatas, enfim, as mais insuportáveis que ele encontra, bota num CD (Sigla para "Coisa do Demônio") e leva para a festa. Lá, em meio a um ritual de gritinhos e palavras de incentivo como "vamo lá galera!" ou "vamo sacudir o esqueleto!" ou ainda "olha a cobra!" (muito usado em festas juninas gay), ele discretamente escolhe a pior música dentre as que estão no CD e começa a cantar junto! (Essa é a hora do "putaqueopariu") PUTAQUEOPARIU!! É nesse momento que as pessoas decidem vender sua alma pro capeta...ou se suicidar, mas isso é mais freqüente nas festas juninas do Japão. (Caso estejam se perguntando, sou contra a abolição do trema). Além disso, o desgraçado ainda insiste em repetir 284 vezes as mesmas 3 músicas que ele botou no CD. Sim, porque só existem 3 músicas de festa junina hoje em dia. São elas: "O balão vai subindo", "Asa Branca" e "Alô, galera de cáubói" (Que parece ser a preferida da infeliz aqui da festa, embora tenha mais a ver com rodeio essa porcaria).

(E neste momento eu estou escrevendo e a filha de uma cabrita com seborreia da festa está falando alguma coisa ininteligível no microfone. Não posso negar minha vontade de gritar "cala a boca, filha de um gnu com vitiligo!").

E ainda tem gente que acha que animador de festas é uma profissão, assim como operador de
telemarketing.



Pra terminar, uma mensagem para todos os animadores do mundo (e pros operadores de telemarketing também, por que não):
Get a life! E, principalmente, GET A JOB!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

MALDITA ERVILHA QUE FOGE DO GARFO!

Maldita ervilha que foge do garfo!
Epopeicamente foge do garfo
Ulisses de todos os vegetais
Aerodinâmico contingente de astúcia!
Escorrega, resvala na borda do prato
Entra em órbita
Infame galáxia de ferro e fósforo
Arauto verde do caos
Valhei-me, Mendel!
Não há lei que a impeça!
Diabólica esfera hiperativa
Cai no chão, incólume
Pequeno globo insolente!
Irônica redentora
A maior ervilha é menor que o menor dos garfos
E ainda assim ela triunfa, indómita
Lubricamente heróica
Inescrupulosa sacripanta!
Regozijante
Palatável transgressora
Ignora os espinhos frios do talher
Estalactites metálicas
Hastes virtuosas do moralismo banal
Inúteis
Adeus prataria conformista!
Adeus alumínio, repressor intransponível!
Adeus destino inevitável de um trato intestinal!
Eis-me aqui no mundo e livre!
Como uma ervilha de alma deve ser!
Sou do chão, e não do prato!


Mas é surda e dura a sola de um sapato...