sábado, 12 de julho de 2008

Anarriê, alavantú, vai tomar no meio do cu.

O que o cara que inventou o avião tem em comum com o cara que inventou o alto-falante?
Simples: nenhum dos dois imaginava que suas invenções seriam usadas para fins tão cruéis.
O avião, por exemplo, foi criado para revolucionar os meios de transporte. Mas também é usado como arma.
Já o alto-falante deve ter sido criado pra, sei lá, avisar os hebreus que o mar vermelho já estava aberto, ou então pra ajudar na caça, atraindo os animais para fora da toca. Ah, não sei porque essa porra foi criada, mas deve ter sido por uma causa nobre.
No entanto, esse aparato do inferno é usado também por infelizes animadores de festa, como a que está acontecendo neste momento aqui nas redondezas e que já acontecia há uma hora e pouco atrás, tanto que me despertou do meu sono, interrompendo um sonho maravilhoso que eu estava tendo com a Jessica Alba. Ela era garçonete e...ah, foda-se isso. Eu falava do maldito alto-falante e dos malditos animadores de festa.
Deus, do alto (mas não do falante) de sua sabedoria, criou o homem. Mas o alto-falante, ah isso só pode ter sido coisa do demônio. Acho que ele criou essa maldita...sei lá como chamar esta merda! Não é máquina, não é móvel, não sei que porra que é! Mas enfim... Como eu ia dizendo, o Diabo deve ter criado essa traquitana infernal para hipnotizar as pessoas e transformá-las em escravos, dando a eles a terrível alcunha de animadores de festa.
Não existe ser no mundo capaz de operar um alto-falante como o animador de festa. Ele consegue potencializar a inconveniência deste perverso aparelho de maneira inimaginável, usando várias técnicas, todas igualmente desprezíveis. A mais clássica consiste no seguinte: o desagradável indivíduozinho escolhe as músicas mais repugnantes, mais chatas, enfim, as mais insuportáveis que ele encontra, bota num CD (Sigla para "Coisa do Demônio") e leva para a festa. Lá, em meio a um ritual de gritinhos e palavras de incentivo como "vamo lá galera!" ou "vamo sacudir o esqueleto!" ou ainda "olha a cobra!" (muito usado em festas juninas gay), ele discretamente escolhe a pior música dentre as que estão no CD e começa a cantar junto! (Essa é a hora do "putaqueopariu") PUTAQUEOPARIU!! É nesse momento que as pessoas decidem vender sua alma pro capeta...ou se suicidar, mas isso é mais freqüente nas festas juninas do Japão. (Caso estejam se perguntando, sou contra a abolição do trema). Além disso, o desgraçado ainda insiste em repetir 284 vezes as mesmas 3 músicas que ele botou no CD. Sim, porque só existem 3 músicas de festa junina hoje em dia. São elas: "O balão vai subindo", "Asa Branca" e "Alô, galera de cáubói" (Que parece ser a preferida da infeliz aqui da festa, embora tenha mais a ver com rodeio essa porcaria).

(E neste momento eu estou escrevendo e a filha de uma cabrita com seborreia da festa está falando alguma coisa ininteligível no microfone. Não posso negar minha vontade de gritar "cala a boca, filha de um gnu com vitiligo!").

E ainda tem gente que acha que animador de festas é uma profissão, assim como operador de
telemarketing.



Pra terminar, uma mensagem para todos os animadores do mundo (e pros operadores de telemarketing também, por que não):
Get a life! E, principalmente, GET A JOB!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

MALDITA ERVILHA QUE FOGE DO GARFO!

Maldita ervilha que foge do garfo!
Epopeicamente foge do garfo
Ulisses de todos os vegetais
Aerodinâmico contingente de astúcia!
Escorrega, resvala na borda do prato
Entra em órbita
Infame galáxia de ferro e fósforo
Arauto verde do caos
Valhei-me, Mendel!
Não há lei que a impeça!
Diabólica esfera hiperativa
Cai no chão, incólume
Pequeno globo insolente!
Irônica redentora
A maior ervilha é menor que o menor dos garfos
E ainda assim ela triunfa, indómita
Lubricamente heróica
Inescrupulosa sacripanta!
Regozijante
Palatável transgressora
Ignora os espinhos frios do talher
Estalactites metálicas
Hastes virtuosas do moralismo banal
Inúteis
Adeus prataria conformista!
Adeus alumínio, repressor intransponível!
Adeus destino inevitável de um trato intestinal!
Eis-me aqui no mundo e livre!
Como uma ervilha de alma deve ser!
Sou do chão, e não do prato!


Mas é surda e dura a sola de um sapato...